O Artigo abaixo foi publicado no site Movimento Sistêmico https://www.movimentosistemico.com/
Será que estamos diante de uma nova advocacia?
Começo com essa pergunta, pois a faço até hoje. Se pesquisarmos as poucas literaturas disponíveis, ou em artigos e sites na internet, temos ainda poucas definições sobre como exercer a advocacia depois que temos contato com o Direito sistêmico. Nem mesmo temos um posicionamento da OAB sobre o assunto.
A advocacia vem se adaptando aos novos temos, onde os profissionais do direito, buscam cada vez mais acompanhar as novas tecnologia, mudanças na legislação, tendo que enfrentar uma concorrência de mercado de trabalho diária para a Judicialização.
Cada vez mais fomos nos acostumando em aceitar as demora das decisões no judiciário e com processos que muitas das vezes não findam, e nem levam a paz social.
Atualmente podemos perceber que, muitos profissionais na área jurídica, não estão mais disponíveis para o litígio. E o que isso representa, se até agora fomos treinados para o saber jurídico de confronto nas faculdades? Se somente somos bons se vencermos a causa para o cliente?
É certo que, passamos a perceber que na nossa atuação profissional, não estamos levando a paz social, nas demanda judiciais dos nossos cliente. Produzimos petições intermináveis, com várias citações jurisprudenciais, mas em contato com o cliente percebemos que ele só quer ser visto na sua questão e quer a solução e alívio de sua dor.
Com o surgimento do Direito Sistêmico, introduzido pelo juiz Sami Storch, o qual estudou e passou a aplicar as constelações familiares desenvolvidas por Bert Hellinger, no âmbito do judiciário, teve início também uma nova forma de advogar.
Nesse mesmo caminho agora estão as faculdades de direito, pois deverão oferecer disciplinas em sua grade curricular, com aulas de mediação e conciliação onde se pode falar e ensinar o uso de técnicas outros meios de solução de conflitos.
O que isso significa?
Que podemos ser um profissional do direito voltado para a solução, buscando todos os meio, técnicas e recursos necessários para conduzir as partes para fora do litígio,onde elas tomam uma nova consciência de seu lugar e do seu conflito.
Ao cursar uma Pós-graduação em Direito Sistêmico na Faculdade Innovare -Hellinger Sciencie, percebemos que, agora todos os profissionais do judiciário, como advogados, defensores públicos, promotores, juízes e procuradores, recebem uma força de se posicionarem como “sistêmicos” em sua função profissional, com o uso da técnica da constelações familiares, podendo exercer o direito de forma mais humanizada, dispondo de recursos necessários em seus atendimentos.
Com a atuação do Direito sistêmico podemos exercer uma advocacia mais que sistêmica, pois estamos a serviço de algo maior, exercendo trabalho e um movimento da alma. “Um trabalho com o coração”, como assim nos orienta Dr. Sami Storch.
Com o uso das constelações familiares nas questões jurídicas e de conflito, podemos perceber onde está o emaranhamento do nosso cliente, pois passamos a visualizar todo o seu sistema familiar, aplicando as Leis do amor, quais sejam: Pertencimento, Hierarquia e equilíbrio.
Assim, através do direito sistêmico podemos conduzir o cliente a uma novo lugar, onde ele passa a perceber uma nova possibilidade de solução e ele encontra forças para decidir o seu destino, sem judicializar.
Mas, ainda é uma desafiou se utilizar dessa advocacia, pois o cliente ainda busca no advogado um salvador, ao qual ele pode entregar os seu conflito, sem assumir sua responsabilidade de olhar para o seu sistema familiar, ou mesmo, permanecer no conflito, para se sentir vivo.
Assim, ouso dizer que, estamos diante de algo muito novo, ainda não compreendido por muitos. Talvez uma Advocacia de outra dimensão! Quem sabe da 5ª, que por ora, podemos chamar de “Advocacia 5D”, pois não sabemos de onde vem, e o que nos quer mostrar, mas sabemos que esse trabalho tem um processo de cura de todo um sistema e traz uma paz verdadeira.
Tal pretensão demandara mais estudo. No momento basta apenas que prossigamos com o coração.
Janice Grave Pestana Barbosa – Advogada sistêmica, Presidente da Comissão de Direito Sistêmico da 12ª Subseção da OAB/SP Ribeirão Preto, Formação em Gestão de Escritórios de Advocacia Sistêmicos, Formação em Capacitação de Gestores Sociais e Membro da Associação ComViver Solidário, Formação Básica para Constelador Familiar Hellinger, realizado no Brasil pela Hellinger Schule em parceria com o grupo CUDEC do México e Faculdade Innovare de SP, Pós – Graduanda em Direito Sistêmico – Hellinger Schule – Faculdade Innovare – SP, Coordenadora do Projeto de Oficina de Direito Sistêmico Prosseguir no Anexo da Violência Doméstica, Forum Estadual de Ribeirão Preto- SP.