Conforme explicado acima, nas constelações familiares o cliente, através dos movimentos sistêmicos que podem ser realizados por meio de representantes (pessoas), âncoras ou bonecos, identifica sentimentos que refletem o que está se passando naquele sistema familiar e o que falta para que se volte a fluir o fluxo da vida e do amor. Para que exista uma cura do sistema, por exemplo, os sentimentos devem ser primários, ou seja, ela olha para a sua dor, sua culpa, seu luto e desenvolve forças para seguir. O constelador deve ficar sem intenção em ajudar, por isso, o cliente relata a sua história em três frases, não mais que isso (SOPHIE HELLINGER, 2019, v 1 p 177)
Os principais tipos de constelação são constelação em grupo ou constelação individual. Em ambos os casos a etapa inicial é definir a questão do cliente. O facilitador pergunta ao cliente qual é o problema, ou seja, ele quer saber o que o leva a uma constelação familiar. Na segunda etapa, o facilitador faz a anamenese e obtém as informações de fatos relevantes da família que possam caracterizar pessoas excluídas ou fatos que foram esquecidos ou omitidos. Baseado nessas informações monta-se o geredograma onde fica representado o sistema familiar do cliente.
Na terceira etapa procede-se a montagem da constelação. O terapeuta pede ao cliente que monte a constelação, ou seja, que disponha os representantes no espaço (campo) e que lhes transmita uma orientação que dê conta das relações que uns mantêm com os outros. A cliente se concentra, e move lentamente cada representante até que cada um se encontre numa posição conveniente. A colocação dos representantes em seus lugares se faz intuitivamente, sem reflexão. É na atribuição de seus lugares que a constelação é formada e que um campo de energia, conhecido como campo mórfico, se cria. Ocorre uma dinâmica de teatro Dentro deste campo é possível que o representante sinta como se fosse o elemento que representa, seja uma pessoa ou algo. Com sentimentos e sensações reais e em algumas situações com comportamentos e ações. Para que seja realizada uma constelação em grupo existem os seguintes elementos: facilitador, cliente, plateia, representante. O cliente escolhe alguém para representar um ou mais membros da sua família. E a partir daí a constelação já toma seu próprio caminho.
Os representantes sentem as mesmas sensações que aquele membro a quem representam. Por exemplo: se o cliente escolheu alguém da plateia pra representar seu pai, o representante começa a ter sensações verdadeiras – como as sensações do pai do cliente. Essas informações aparecem sem que o representante saiba qualquer informação prévia do cliente. Esse fenômeno pode ser explicado pela Teoria dos Campos Mórficos, de Rupert Sheldrake. A partir dessas informações que vão surgindo, o cliente vai tendo as percepções, muitas vezes sem a interferência do facilitador. Durante a constelação usam-se algumas frases de efeito imediato nos representantes, das quais podem surgir emoções e gestos que o cliente facilmente identifica ser de seu familiar. O Facilitador consegue, a partir da sua percepção e dos conhecimentos sistêmicos baseados nas leis do amor, oferecer comandos de movimentos que podem curar traumas, restabelecer vínculos interrompidos e até promover reconciliações.
Uma vez formada a constelação, a cliente e o facilitador observa o que se passa entre os participantes. Pode acontecer que o facilitador monte a constelação familiar ou que uma cliente seja sua própria representante.
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