Quando alguém manifesta comportamentos prejudiciais, seja para si mesmo ou para outros, isso pode estar enraizado em uma identificação inconsciente com alguém do seu sistema familiar, ligada ao que Bert Hellinger descreveu como “boa consciência”.
Por exemplo, uma pessoa envolvida em atividades criminosas pode, sem perceber, estar repetindo padrões familiares: um pai, tio ou parente próximo que também seguiu esse caminho. Mesmo que esse comportamento seja algo que a pessoa conscientemente rejeite, a “boa consciência” — ou seja, o impulso para manter uma sensação de pertencimento ao grupo familiar — a leva a representar o que foi excluído.
Quando um membro da família é rejeitado ou julgado, ele deixa um vazio, uma sensação de falta. Se uma pessoa, por exemplo, foi excluída por um ato criminoso, seus descendentes podem ser criados ouvindo frases como “não seja como o seu pai” ou “não faça o que seu tio fez”. Contudo, o silêncio sobre o tema ou o peso dessas orientações podem fazer com que os filhos se sintam inclinados a se identificar com esse excluído, tentando, inconscientemente, reintegrá-lo à família.
Esse fenômeno ocorre em várias situações, como em comunidades com altos índices de violência, onde gerações de famílias vivem na criminalidade. Jovens podem repetir esses padrões, pois, para eles, isso representa pertencimento e lealdade ao seu sistema familiar, independentemente do que os outros digam ser certo ou errado.
Essa mesma dinâmica pode surgir em outros contextos, como em casos de doenças ou dificuldades financeiras. Alguém pode sentir-se “no mesmo barco” de seus antepassados ao enfrentar problemas semelhantes, reforçando um laço com o grupo familiar.
Na violência doméstica, por exemplo, uma filha pode repetir a experiência de sua mãe ao escolher um parceiro agressivo, mantendo uma ligação com o sistema familiar e recriando a situação que rejeitou ou criticou. A “boa consciência” age para preservar a conexão com o sistema familiar, mesmo que essa lealdade não seja consciente, e assim esses padrões tendem a se repetir.
Esse foi um dos assuntos tratados no Workshop ” Uma nova Mulher – Despertando o poder feminino” com Janice Grave Pestana Barbosa – Consteladora Familiar e Advogada Sistêmica
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