Todos sabemos que a chegada de uma criança na família vira do avesso a rotina da casa e do casal. E são vários os motivos que levam a discussões entre os pais, e muitas vezes dos avós.
As brigas do casal já se iniciam com as crianças pequenas, e os mesmos não percebem que, sem olharem para sua vida conjugal, terminarão em uma separação e a dor vai aumentando cada vez mais.
A rotina se transforma e surgem novas responsabilidades, tarefas e um estilo de vida, que cada qual já traz de sua família de origem e passa a ser de um novo grupo familiar.
É normal que o casamento sofra um baque – tanto que esse impacto tem até nome: baby clash, ou choque do bebê, em tradução livre.
E então o que fazer diante dessa mudança no sistema familiar? Como resolver os conflitos e discussões intermináveis e garantir que os filhos não sejam afetados pelo relacionamento abusivo.
Como avaliar um relacionamento e, o que faz diferença para um diálogo? Com que frequência ocorrem os desentendimentos?
Com a chegada de outros filhos, a situação tende a ficar mais calma depois dos primeiros anos do primeiro filho, pois os pais já estão aptos nos cuidados básicos de como cuidar um bebê, e não precisam começar tudo do zero.
Contudo, tem períodos que muitas famílias passam por mudanças financeiras, mortes na família, desigualdades de tarefas, interferência externa de familiares, escolha de escolas e assim vai e a situação se agrava.
Diante disso, o casal resolve se separar, na intenção de poupar os filhos das brigas, sem perceber que o rompimento familiar pode não ser a melhor solução.
O que vemos nos tribunais, é um aumento de traumas provenientes dos relacionamentos mal resolvidos, sem nenhum acompanhamento psicológico. O casal separa, volta a morar com os pais e então sente que ali não é mais sua casa.
Então o casal tenta reatar, conversa e tentam um diálogo, mas nada muda e os mesmos problemas voltam ampliados e o casal começa a se sentir culpado por estarem causando sofrimento ao filho.
Na visão sistêmica, olhamos mais amplamente para tais casos. Levamos o casal a olhar para seus relacionamentos e os relacionamentos de seus pais e aceitarem a ideia natural de que os filhos pertencem aos pais e que as exclusões só trazem mais peso para o sistema familiar. Assim as desavenças não resolvidas entre o casal, são levadas adiante, para futuras gerações.
Com uma mediação sistêmica com o casal, é possível trazer luz para o conflito e olhar para uma solução.
Mais artigos no blog: www.grave.adv.br